Miguel Dominguinhos, natural de Almada, mudou-se para Montemor-o-Novo com apenas seis anos. Continuar os estudos após o 12º ano nunca foi parte dos seus planos. Em vez disso, sonhava com uma carreira militar, mas a demora no processo de candidatura à GNR levou-o a seguir outro caminho.

Em 2014, começou a trabalhar no restaurante local Pátio dos Petiscos, onde descobriu uma paixão improvável pela restauração, especialmente pela área dos vinhos. Seis anos depois, Miguel decidiu tentar a sua sorte em Lisboa trabalhando nos restaurantes de alguns chefs de renome. No entanto, a pandemia de COVID-19 trouxe mudanças inesperadas e Miguel ficou desempregado, mas apenas por um curto período.

De volta a Montemor-o-Novo, começou a trabalhar numa adega e destilaria, onde encontrou uma nova paixão pela componente mais prática e ligada ao trabalho do campo.

Com o setor da restauração em dificuldades devido aos confinamentos, Miguel decidiu emigrar para a Suíça. Foi trabalhar nas obras. Com tudo parado, não se sentia concretizado e, “com contas para pagar” não sabia ao certo que rumo o seu sector de trabalho ia seguir. Nos tempos livres, explorava as regiões vinícolas de Alsácia e arredores, conhecendo produtores, provando vinhos e descobrindo novos restaurantes. Aumentou sempre os seus horizontes a cada nova oportunidade.

No final de 2022, regressou a Portugal com uma visão clara do que queria fazer. Em 2023, abriu o restaurante Poda no antigo espaço do Bar Alentejano, em Montemor-o-Novo. O conceito do Poda é baseado na cozinha tradicional portuguesa, com forte aposta no produto local e sazonal. Em 2024, alcançou o feito de colocar o seu restaurante no Guia Michelin, sendo distinguido com o Bib Gourmand.

Miguel é um apaixonado pela sua região e pelas experiências gastronómicas que Portugal oferece. Como anfitrião, esforça-se para que os seus clientes tenham uma experiência tão surpreendente quanto a sua paixão pelo que faz, através da simpatia, da partilha de saber e da criação de uma carta que muda a cada estação.